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Controle, a história de Ian Curtis - Festival do Rio 2007
Drama narra os últimos dias do vocalista do Joy Division
02/10/2007Mario "Fanaticc" Abbade
Control – A História de Ian Curtis (Control, 2007) conta os últimos anos da vida do vocalista da lendária banda Joy Division. O grupo surgiu da cena pós-punk formada no ano de 1977, em Manchester, Inglaterra, e acabou em 18 de Maio de 1980, com o suicídio de Curtis. Tinha como integrantes Bernard Sumner, Peter Hook e Stephen Morris. Após o término, os três integrantes remanescentes formaram o New Order.
O Joy Division é considerado uma especie de divisor de águas no rock britânico. Influenciou e ainda influencia centenas de bandas pelo planeta. Foi um dos pioneiros da estética gótica por causa da forma depressiva e angustiante que Curtis cantava. Sua voz trêmula de barítono foi amplamente imitada. Percebe-se escutando o último disco do grupo um homem no limite de sua sanidade.![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvSiDEzarwa62-4jx6LiPD6lRR0AeaTxeqCn3ANaYSPb-Pm47erC0qaiSyiW5fikxRkCue5iZbiAzDa9ouvJPVdFLHr9t3FB7L5w0hps8rlXU-OJjTvLUDqfeyUvyZgBPChb1Ikhf2tWa4/s320/tb_control_07.jpg)
O filme mostra que Curtis (Sam Riley) teve uma trajetória curta e intensa. Ficou famoso por seu talento de letrista e por suas performances épicas à frente da banda. Sofrendo com os ataques de epilepsia, sem saber como lidar com o seu talento e dividido entre o amor por sua mulher Debbie (Samantha Morton) e sua filha, e um caso extraconjugal com a jornalista belga Annik Honoré (Alexandra Maria Lara), se enforcou. O roteiro é baseado no livro Touching From the Distance de Deborah Curtis, viúva do cantor.
O diretor Anton Corbijn põe em prática no filme todo o conhecimento adquirido em décadas como fotógrafo de rock e videoclipes. Ele estréia na direção de um longa-metragem com muita propriedade. Sua abordagem monocromática, aliada à fotografia edificante de Martin Ruhe, é extremamente realista. O tom preto e branco acinzentado é o cenário perfeito para apresentar um homem em conflito constante com seus sentimentos e doença. Corbijn captura o sonho, o breve apogeu e o declínio com uma bela e triste sinceridade. Duas seqüências em especial fazem uma alusão a condição de Curtis: uma breve sessão de hipnose e uma tomada de um poste com um emaranhado de fios. Ambas as cenas procuram apontar caminhos sobre a tragédia do cantor.
Drama narra os últimos dias do vocalista do Joy Division
02/10/2007Mario "Fanaticc" Abbade
Control – A História de Ian Curtis (Control, 2007) conta os últimos anos da vida do vocalista da lendária banda Joy Division. O grupo surgiu da cena pós-punk formada no ano de 1977, em Manchester, Inglaterra, e acabou em 18 de Maio de 1980, com o suicídio de Curtis. Tinha como integrantes Bernard Sumner, Peter Hook e Stephen Morris. Após o término, os três integrantes remanescentes formaram o New Order.
O Joy Division é considerado uma especie de divisor de águas no rock britânico. Influenciou e ainda influencia centenas de bandas pelo planeta. Foi um dos pioneiros da estética gótica por causa da forma depressiva e angustiante que Curtis cantava. Sua voz trêmula de barítono foi amplamente imitada. Percebe-se escutando o último disco do grupo um homem no limite de sua sanidade.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvSiDEzarwa62-4jx6LiPD6lRR0AeaTxeqCn3ANaYSPb-Pm47erC0qaiSyiW5fikxRkCue5iZbiAzDa9ouvJPVdFLHr9t3FB7L5w0hps8rlXU-OJjTvLUDqfeyUvyZgBPChb1Ikhf2tWa4/s320/tb_control_07.jpg)
O filme mostra que Curtis (Sam Riley) teve uma trajetória curta e intensa. Ficou famoso por seu talento de letrista e por suas performances épicas à frente da banda. Sofrendo com os ataques de epilepsia, sem saber como lidar com o seu talento e dividido entre o amor por sua mulher Debbie (Samantha Morton) e sua filha, e um caso extraconjugal com a jornalista belga Annik Honoré (Alexandra Maria Lara), se enforcou. O roteiro é baseado no livro Touching From the Distance de Deborah Curtis, viúva do cantor.
O diretor Anton Corbijn põe em prática no filme todo o conhecimento adquirido em décadas como fotógrafo de rock e videoclipes. Ele estréia na direção de um longa-metragem com muita propriedade. Sua abordagem monocromática, aliada à fotografia edificante de Martin Ruhe, é extremamente realista. O tom preto e branco acinzentado é o cenário perfeito para apresentar um homem em conflito constante com seus sentimentos e doença. Corbijn captura o sonho, o breve apogeu e o declínio com uma bela e triste sinceridade. Duas seqüências em especial fazem uma alusão a condição de Curtis: uma breve sessão de hipnose e uma tomada de um poste com um emaranhado de fios. Ambas as cenas procuram apontar caminhos sobre a tragédia do cantor.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitAyACaRFlqW1NYcOd0NyQkVWFZzhfhcU2pHwh1LN1YO4rMbU_QJ_291hIBRBvSwcZzwteTQ9-HsucSv7xP6qhjwQ5prC_A_Uu0exMpmAD5xXt-JwjYon_MhJPR6-tAopuAg7HddyYabSc/s320/control_01.jpg)
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(Imagens do filme)
Curtis, debilitado, medicado e alcoolizado, perdia energia conforme conquistava fama - e vivia em constante depressão por causa dos sentimentos conflitantes em relação a sua esposa e a sua amante. Dias antes de se suicidar precisou lidar com um pedido de divórcio, angústia por se achar um péssimo pai, constantes ataques de epilepsia e uma turnê com a banda para os Estados Unidos. Indeciso, aflito e amargurado escolheu a saída mais fácil para lidar com seus problemas.
A performance de Sam Riley, como Curtis, impressiona. O ator repete todos os trejeitos e maneirismos do cantor. O olhar caído e semicerrado com os movimentos selvagens que Curtis protagonizava nos shows são recriados com perfeição. Samantha Morton, como a esposa Debbie, também interpreta com muita emoção os conflitos sentimentais. Destaque também para Toby Kebbell no papel de Rob Gretton, o empresário da banda. Ele rouba diversas cenas.
O único pecado do diretor Anton Corbijn foi ter usado somente o livro escrito por Deborah Curtis na construção da história. O roteiro de Matt Greenhalgh preferiu sustentar a trama no relacionamento de Curtis com sua esposa e a amante em detrimento da rica poesia escrita por Curtis. Em certos momentos o filme descamba para o melodrama. A narrativa convencional não corrobora as escolhas artísticas da linguagem cinematográfica utilizada.
Mas esses pequenos defeitos não diminuem a força das belas seqüências realizadas pelo diretor. A música do Joy Division (muitas canções foram interpretadas pelos atores) envolve uma proposta com poucos diálogos em que os gestos, interações e reações são usados para se comunicar com o espectador. Corbijn realiza um trabalho sombrio e multifacetado sobre um poeta perdido em seus sentimentos mais obscuros. Para compreendê-lo basta prestar atenção nas letras de suas canções.
Curtis, debilitado, medicado e alcoolizado, perdia energia conforme conquistava fama - e vivia em constante depressão por causa dos sentimentos conflitantes em relação a sua esposa e a sua amante. Dias antes de se suicidar precisou lidar com um pedido de divórcio, angústia por se achar um péssimo pai, constantes ataques de epilepsia e uma turnê com a banda para os Estados Unidos. Indeciso, aflito e amargurado escolheu a saída mais fácil para lidar com seus problemas.
A performance de Sam Riley, como Curtis, impressiona. O ator repete todos os trejeitos e maneirismos do cantor. O olhar caído e semicerrado com os movimentos selvagens que Curtis protagonizava nos shows são recriados com perfeição. Samantha Morton, como a esposa Debbie, também interpreta com muita emoção os conflitos sentimentais. Destaque também para Toby Kebbell no papel de Rob Gretton, o empresário da banda. Ele rouba diversas cenas.
O único pecado do diretor Anton Corbijn foi ter usado somente o livro escrito por Deborah Curtis na construção da história. O roteiro de Matt Greenhalgh preferiu sustentar a trama no relacionamento de Curtis com sua esposa e a amante em detrimento da rica poesia escrita por Curtis. Em certos momentos o filme descamba para o melodrama. A narrativa convencional não corrobora as escolhas artísticas da linguagem cinematográfica utilizada.
Mas esses pequenos defeitos não diminuem a força das belas seqüências realizadas pelo diretor. A música do Joy Division (muitas canções foram interpretadas pelos atores) envolve uma proposta com poucos diálogos em que os gestos, interações e reações são usados para se comunicar com o espectador. Corbijn realiza um trabalho sombrio e multifacetado sobre um poeta perdido em seus sentimentos mais obscuros. Para compreendê-lo basta prestar atenção nas letras de suas canções.
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